domingo, 17 de outubro de 2010

Mais ou menos


Hoje eu resolvi colocar meu melhor som pra tocar. Peguei o vestido que mais amo usar. Cabelo solto, sandália baixa. Eu não quero nada, não quero ninguém.

Esqueci da maquiagem, enquanto a música tocava parecendo não terminar. Pra que me preocupar? Dispenso casa, comida, roupa apertada, salto alto. Dispenso dor de cabeça, compromisso, encheção de saco. Dispenso você.

Quero o lugar mais bonito, mais em paz que eu possa ter agora. Não quero nada. Eu só vou. Por que agora a rua é minha, a casa é minha, a praça é minha. Eu sou só minha.

Me divido com minhas amigas, por que elas também podem querer um pouquinho de mim. Elas têm um pouco de mim. E eu tenho um pouco delas. Tenho a risada com uma, o olhar de outra, tenho a conversa. Tenho a amizade. E isso é a única coisa que não dispenso.

Você é pouco pra mim. Na verdade, eu sou demais pra mim. Não sei como consigo caber dentro de mim. Eu sou o que você vê, e sou o que você não vê. Eu sou pouco e sou muito, mas você?

Você, eu deixei quando acordei e me quis mais. Quando eu quis estar comigo, mais do que com qualquer outra pessoa no mundo.

Eu tenho sido pouco, tenho sido muito, e não tenho sido nada. Agora eu vou ser a música, vou ser o carro, a estrada, a árvore. Eu estou em todo lugar que quero. Você pode me achar, em alguma hora, de alguma maneira, em algum lugar. Mas agora, eu fui me achar.

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