E aí, eu me pego um pouco cansada, sim, confesso. Cansada. Cansada de você, e de todo mundo que me cerca sem nem estar por perto. Cansada dessa coisa, que chamam de aproximação, mas que hoje eu só vejo como distanciamento.
To cansada de gente como você, que pela comodidade de ser
próximo, esquece que o próximo é estar perto. Cansada de amigos, que como você,
acham que saber a última vez que visualizei uma conversa, conta um pouco mais sobre
meu dia.
É fácil, muito fácil deduzir que se a pessoa estava acordada
de madrugada é que ela foi pra balada, se acabou, saiu com aquele amigo que
ninguém gosta. E no fim foi tudo ótimo, afinal, ela foi dormir quase cinco da
manhã, certo? Ninguém pensou que ela pode ter passado mal. Ter ficado
estudando a noite inteira, ou até mesmo ter cuidado do amigo bêbado porque, afinal, a balada nem foi tão boa
assim.
Sabe, a gente estava tão distante que eu cansei. Cansei de
toda a sua disponibilidade, de toda a minha “proximidade”. Toda essa intimidade
que você deduzia por um “Avaiable”, que aparecia a cada toque meu, nessa
telinha maldita, que vive do meu lado.
Eu posso não estar bem, ou posso estar ótima. Posso estar
cheia de novidades pra contar, mas sabe, eu tenho muitos contatos. Tantos, que
de vez em quando eu posso ver sua mensagem e esquecer-me de responder. Desculpe,
isso não te tornou menos importante pra mim. Chame de indiferença, como quiser,
se for urgente, pode me ligar.
Engraçado né? Acho que agora eu não estou disponível, não
estou conectada. Agora eu estou assim, distante de todos e mais perto de mim. De
nada adianta amor inventando, amizade largada, saudade disfarçada. Não adianta
mais me enganar com essa história, a gente se aproxima de quem quer, e também
se distancia. Se você sentir minha falta, acostume-se, ou me ligue. Quem sabe a
gente toma um café um dia desses?