quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Melhora marcada


E você chegou com esse jeito bobo, de rir de tudo o que eu faço. De rir do que me esqueci de fazer, e do que deixei pelo caminho. Com esse jeito de me fazer rir, e de fazer todo mundo rir de tudo. 

Chegou sendo o genro que minha mãe pediu a Deus. Chegou com esse seu jeito de conquistar a sogra antes, e a família inteira se estiver no pacote. 

Com esse jeito leve, de me levar aos poucos, de me conquistar tranquilo. Leve, como sua camiseta branca preferida, que é fresca mesmo nesse calor tropical. Esse jeito leve, de início de verão, em meio a uma ou outra cerveja gelada num domingo a tarde. 

Veio com o que eu não gosto, mas posso aceitar. Me provando que toda ferida cicatriza, e se não há remédio, tem dedicação e cura na dispensa. Trouxe na mala o desconhecido que eu esperava. Aos poucos me mostrando, que o melhor do encontro, é a procura. 

Chegou como quem não quer nada, como quem já tinha certeza de tudo. Me levando na brincadeira, e eu resolvi brincar. Chegou deixando saudade, e me deixou pedindo ao tempo, pra passar logo, e você voltar. 

Entre e seja bem vindo. A casa é sua, afinal. Entra e deixa a porta meio aberta, que é para o vento entrar. Deixa o ar correr, o tempo passar. Esquece o sofá, que nosso travesseiro te espera, junto com todas as promessas que vem por aí. Entra, meu anjo, que eu estava te esperando.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Seu tipinho


Já sai na ponta do pé, e não quis que me ligassem nunca mais. Já não quis que fossem embora, e senti saudade no dia seguinte. Eu já fui cheia de noites vazias, descompromissadas, que me renderam muitas histórias. Eu sou assim quando quero, não sabia? 

Já sair pra me divertir com minhas amigas, sem precisar ‘caçar’. Mas eu já cacei, é claro. Já cacei e já fui caçada, já fui presa e caçador. E assim como você, já fui vazia. Vazia várias vezes. Nas várias ressacas que eu tive, que nem a memória me sobrou. 

Eu posso ser várias em uma só. Posso muito bem ser aquele tipinho mulher que você sempre procura nas baladas, entre uma noite perdida ou outra. Eu posso ser o que eu quiser, pra quem eu quiser. Ou você acha que eu nunca fingi cair em conversa de tipinhos como você, que estão aos montes por aí?

Ah, meu bem. Se você soubesse quantos desamores eu já esqueci com álcool. E quantas vezes eu acabei me lembrando deles, junto com a dor de cabeça, no dia seguinte. Se você soubesse, quantos amores eu já tive da mesma maneira, e nem me lembrei deles quando acordei. 

Parece vazio, não é? Mas eu tenho bem mais pra contar, bem mais pra conhecer, e bem mais pra esquecer. Isso é só parte de mim, e é por isso que eu escolho. Por isso eu procuro, e eu me encontro. E posso me encontrar perdida por ai, ou em um lugar qualquer querendo apenas me distrair. Mas isso não é tudo.

Não sou do tipo que vai falar do relacionamento que já tive, ou do que quero ter. Do valor das mãos dadas, do cafuné durante a noite, de dormir de conchinha. Não vou falar do quanto é bom um chocolate quente pela manhã, ou da saudade de lavar uma pia de louça, quando só de ter alguém do meu lado pra secá-las, bastava.

Eu não vou comentar do meu último amor, nem do meu último namoro. Não vou te dizer há quanto tempo estou solteira, e contar os muitos casos vergonhosos que já tive nesse período. Não sou do tipo que sai por aí mostrando a balada da última semana, a próxima, e a do mês que vem que já comprei ingresso. Não vou te contar essas coisas, por mais que você possa passar horas falando sobre isso.

Tem horas que a gente vê que não dá certo, que não vale se adaptar que não vale procurar ou tentar esquecer. E tem hora que a gente vê que tem muito mais coisas novas por aí. Eu posso ser certa, mas também posso ser errada. Eu sou um pouco Tati Bernardi, sou dessas belas que de vez em quando insiste no burro, e acaba um pouco burra também. Mas sabe o que acontece? É que no fundo, eu não sou mesmo o seu tipinho.

domingo, 16 de setembro de 2012

Geração WhatsApp?



E aí, eu me pego um pouco cansada, sim, confesso. Cansada. Cansada de você, e de todo mundo que me cerca sem nem estar por perto. Cansada dessa coisa, que chamam de aproximação, mas que hoje eu só vejo como distanciamento.

To cansada de gente como você, que pela comodidade de ser próximo, esquece que o próximo é estar perto. Cansada de amigos, que como você, acham que saber a última vez que visualizei uma conversa, conta um pouco mais sobre meu dia.

É fácil, muito fácil deduzir que se a pessoa estava acordada de madrugada é que ela foi pra balada, se acabou, saiu com aquele amigo que ninguém gosta. E no fim foi tudo ótimo, afinal, ela foi dormir quase cinco da manhã, certo? Ninguém pensou que ela pode ter passado mal. Ter ficado estudando a noite inteira, ou até mesmo ter cuidado do amigo bêbado porque, afinal, a balada nem foi tão boa assim.

Sabe, a gente estava tão distante que eu cansei. Cansei de toda a sua disponibilidade, de toda a minha “proximidade”. Toda essa intimidade que você deduzia por um “Avaiable”, que aparecia a cada toque meu, nessa telinha maldita, que vive do meu lado.

Eu posso não estar bem, ou posso estar ótima. Posso estar cheia de novidades pra contar, mas sabe, eu tenho muitos contatos. Tantos, que de vez em quando eu posso ver sua mensagem e esquecer-me de responder. Desculpe, isso não te tornou menos importante pra mim. Chame de indiferença, como quiser, se for urgente, pode me ligar.

Engraçado né? Acho que agora eu não estou disponível, não estou conectada. Agora eu estou assim, distante de todos e mais perto de mim. De nada adianta amor inventando, amizade largada, saudade disfarçada. Não adianta mais me enganar com essa história, a gente se aproxima de quem quer, e também se distancia. Se você sentir minha falta, acostume-se, ou me ligue. Quem sabe a gente toma um café um dia desses?

quarta-feira, 30 de maio de 2012

O que você não soube





Eu vi que seu aniversário acabou de passar, e eu me lembrei de todos os planos e surpresas que eu tinha em mente há certo tempo atrás. E deixei passar enquanto meu subconsciente inventava todas as desculpas para esconder o dia em que eu estava. 

O destino fez sua parte e colocou todas as pessoas maravilhosas que tenho na vida perto de mim, e muitas delas eu conheci quando você se foi. Difícil dizer, mas tenho saudades. Eu tenho sim, e queria te escrever porque toda essa distância me incomoda.

Queria nossa amizade de volta, queria te contar coisas banais, sentir sua presença mesmo que só na preocupação distante. Queria você de volta, a gente como era antes como nunca deveria ter deixado de ser.

Me desculpe pelos meus erros que eu te disse que aconteceriam. Você sabe, eu sou assim, meio que completamente errada. Não acho que eu tenha te amado, nem que eu te ame, talvez isso tenha sido um problema pra você. Eu e toda essa minha descrença nas coisas.

Eu pensei em você antes, durante e depois. E não queria que você soubesse disso. Mas eu te amo, e sinto sua falta. Queria te ver feliz e estar por perto, porque você faz falta na minha felicidade.

Só queria estar ao seu lado de novo, tendo certeza que sua felicidade me faria feliz. Parabéns, te amo e te quero. Você faz falta na minha vida, e apesar de tudo, eu sinto sua falta nas coisas simples. Nos pequenos momentos em que você era o meu ‘Eu’ fora de mim. 

Feliz aniversário. No fundo eu te amo tanto que só quero que você esteja feliz, e que a minha falta não exista para estragar sua felicidade ontem, hoje e em todos os dias que estão por vir.

sábado, 3 de março de 2012

Nana-nina-não





Esses dias aprendi o valor do não. Todo mundo defende essa idéia de liberdade, de poder aceitar as coisas, poder fazer as coisas, se jogar, se deixar levar. 

E todos se esquecem que o poder de escolha traz junto a negação, o poder de olhar pras coisas e negá-las sem justificativa, sem razão aparente e sem a mínima necessidade de uma explicação.

Liberdade é você com você. É acertar as contas com o espelho. É dizer pra você mesmo o que fazer, quando, onde, como e com quem. Você decide ninguém mais.

A gente fica se justificando tanto pelos erros, pelas coisas que fez. E acaba se esquecendo que não fazer, não precisa ser justificado. Deixa as coisas leves, como que levadas numa boa, do jeito que você quis. Por que em certa hora você NÃO quis sair, NÃO quis comer, NÃO quis deixar suas séries de lado por alguém que não valia a pena.

Um não bem dado vale muito mais que vários “sins” distribuídos no calor da emoção. Vale muito mais que aqueles “sins” que no dia seguinte não fizeram sentido algum.

Do tipo “Pra que comi aquele cup cake enorme ontem? Podia não ter comido”. E sabe, se lembrar de não ter comido o cup cake dá uma força, um poder, uma vontade de gritar pro mundo “Ei, sou forte e você?”.

O não está ai pra ser usado, o mesmo tanto, ou mais que o sim. O ‘não’ não veio pra limitar, pra negar, pra te privar. Ele veio pra libertar, pra dar poder, pra deixar a gente decidir, escolher. As vezes dizer ‘não’ é dizer ‘SIM' pra felicidade, a gente só se esquece disso.