sábado, 23 de outubro de 2010

Comigo


Vem, me dá a mão.

Vem, aperta forte e diz que nada vai acontecer, nada vai mudar. Diz que o tempo não vai mais passar, que a gente vai ficar aqui. Parados, congelados no tempo, como deveria ter sido. Me pede pra acreditar com toda a força, que eu nem sei que existe.

Esquece o que eu disse e te magoou. Me lembra do que eu não esqueci. Me segura no seu colo, diz que ainda sou sua. Me diz que o que me dá medo, não existe. Vem, me diz que sentiu falta.

Pede pra eu dizer o que não consigo. Me cobre com o casaco, do vento que já não sinto. Vem, me mostra o que eu perdi quando estava fora.

Diz que agora o tempo é nosso amigo, diz que o sol não vai nascer. Me conta aquele caso, daquele amigo que não lembro mais o nome. Vem, esquece o celular desligado.

Me deixa te contar da conta que não paguei. Finge que entendeu minha piada, e ri como se tivesse tido graça. Ria, eu sinto falta disso. Vem, e me faz sorrir, de novo.

Me deixa fingir que não lembro seu número. Me deixa sem graça, mas só um pouco. Fica do meu lado. Vem, e deixa o silêncio tomar conta de nós dois.

Vem, e só me dá a mão.

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