segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Errada


Eu escolhi errado. De novo!

Creio que eu tenho o dom da escolha errada. Se estou diante de uma geladeira de sorvetes, todos atraentes bonitos, sempre escolho aquele que mais me atrai, geralmente de chocolate. E adivinha? Ele é horrível. Gosto de chocolate, não tem. E se for bom, depois de duas ou três colheradas, devo conseguir derramar mais da metade no chão.

Sou meio assim, devo ter nascido do avesso. Caído do berço. E ter dado meu primeiro passinho com o pé esquerdo. E segue assim desde então.

Eu sou aquela que vai abrir o forno, erra a mira e queimar a mão. Aquela desastrada que não consegue encher uma garrafa com um funil, e acaba se molhando inteira. Dessas que erra o passo e tropeça, na frente de metade da escola, no primeiro dia de aula.

Dois caminhos, e eu consigo descobrir qual vai ter trânsito. Trânsito na minha faixa, pra melhorar as coisas. Isso se um carro não estragar na minha frente. Ou se não for o meu mesmo que vai morrer, fundir e soltar fumacinha.

Quando Deus decidiu o dom que me daria, ele foi bem, mas bem sacana mesmo. Me iludiu, deixou papai e mamãe falarem, afirmarem sempre, que eu era inteligente. Eles sempre dizem que eu sou muito, muito esperta. Vai ver é culpa deles mesmo, eu não ver o quão errada sou.

Eu erro achando que acertei. E de raiva, não aceito o erro. Sabe por quê?

Por que nunca, nunca mesmo eu tinha visto esse trânsito, nessa rua. Por que quando eu comi esse doce, ele não era tão doce que doía. E por que quando eu escolhi você, eu jurei que ia dar certo, por que ia. Por que a professora falou o que eu disse, e não o que você escutou. Eu juro.

Juro que não erro por mal, é involuntário. É como se eu fosse feita de ferro, e erros fossem feitos de imã. Eu continuo errando involuntariamente. São meus erros, tão meus que chego a ter algum apego por eles. Chego a ter ciúmes, querer exclusividade.

Portanto não se arrisque a errar, na minha vida, dessa parte cuido eu.

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