segunda-feira, 26 de julho de 2010

Longe?


Há certo tempo deixei de acreditar em vários conceitos de distância.

A distância é relativa em quase todos os pontos que podemos pensar. Ela representa a saudade de quem amamos, de onde queremos estar, de algo, de alguém. A distâcia pode ser de metros, de quilometros, de tempo, quase não pode ser medida.

Quando me dizem que a distância faz o tempo passar mais devagar, eu discordo. Depende do modo que você a encara. A distância pode ser rápida e se você encará-la como parte de algo maior, algo semelhante a um obstáculo.

Não discordo que a distância possa doer, quando ela surge pra isso, ela faz seu trabalho tão bem feito, que a dor pode parecer interminável. Pode parecer do tamanho do mundo, pode parecer um tiro no coração, ou até mesmo na cabeça.

Mas a distância pode ser saúdavel, ela pode amadurecer, fazer você enchergar as coisas de outra maneira. Muitos relacionamentos precisam da distância, alguns deles nem mesmo sobreviveriam sem ela. Relacionamentos são relativos, assim como a distância.

Alguns casais sobrevivem a relacionamentos longos, onde a distância é mais longa ainda. Outros tem sua duração inversamente proporcional à proximidade do casal. Enquanto a duração é longa, a distância entre o casal é mínima. O mais impressionante é que em alguns desses casos, quando mudamos a situação, o amor acaba, ou toda a sensação de felicidade evapora, com a proximidade ou a distância.

Cada pessoa tem uma maneira de encarar a distânica, de sofrer ou se beneficiar com ela. Muitos não acreditam, mas distância é necessária, para tudo. Ou você acha que aguentaria 4 ou 5 anos de faculdade, sem se distanciar nem um pouquinho? Por mais que você goste do seu curso, as férias serão bem vindas.

No amor, por mais que evitamos a distância ela aparece, em um dia, em um final de semana, em um dia ou outro. Ela vêm assusta, mas quando passa, não costuma deixar desvantagens, parece até que o amor aumenta. Com a distância vem a saudade, a valorização,a vontade de estar perto, e as vezes até esquecemos certos defeitos.

Distância é parte essencial da vida, querendo ou não ela assusta. As vezes ela parece ter até poderes mágicos. Por exemplo quanto mais acreditamos que ela irá demorar a passar, mais ela demora, e o contrário também acontece. A distância é relativa, mágica, misteriosa, e essencial.

E quanto ela te assustar, não corra, ela pode correr mais rápido. Apenas de boas vindas, e acredite que ela passará rápido. Quando você se der conta, quem sabe ela já não terá acabado?

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Dúvidas freqüentes

Outro dia fiquei meio dívidida em histórias muito complexas para minha cabeça. Devo começar explicando que, quem começa a namorar perde um pouco a noção de tempo. Ou quem sabe o tempo seja relativo no caso do amor, e da falta dele. Voltando ao assunto, querendo ou não atualmente fico meio perdida quando se trata da vida amorosa de minhas amigas.

É terrivel nunca saber ao certo quem é o dito amor, de algumas delas. É tudo tão rápido que me confunde. Já aconteceu da Luciana* vir me contar que estava namorando. Quando perguntei se era com o João*, ela disse que não estava com o João "há séculos", que o namorado era o Pedro*. Investigando melhor descobri que o "há séculos" representava uma semana, no tempo normal. Ou no meu tempo "careta" de "casada".

A história mais recente não é a da Luciana, que por acaso não está com o Pedro a milênios. Essa é a história de dois casos diferentes, que tem apenas um ponto em comum, que você vai saber no final.

Outro dia eu estava no msn, como o assunto era sério só haviam duas janelas, a da amiga1 e da amiga2. A amiga1 me contou que seu ex, havia deletado do orkut todos os conhecidos dela. Inclusive eu, que não sabia desse fato. E além disso, enquanto ela ainda estava na fase brigadeiro, pipoca, cobertas e "Um amor pra recordar", ele já estava na fase ínicio da paixão. Com uma menina que ninguém sabe de onde ou como surgiu. Mas que pelo jeito já estava namorando.

Enquanto eu tentava entender, aconselhar e dar um ombro amigo pela internet, a amiga2 estava me contando de seu último quase amor. O cara lindo perfeito, bonito e rico, que ela estava há séculos (pela definição da Luciana é claro). Havia sumido do mapa, e a pelo menos meio século não dava nem notícia de vida.

Você deve estar se perguntando o que essas histórias tem em comum. Eu fiquei com essa dúvida por algum tempo, até descobrir que o comum disso são os homens, e certo tipo de mulheres. Não sou nenhuma doutora em comportamento masculino, nem uma feminista louca que quer matar homens por aí.

Mas convenhamos, por que fazer isso? Por que iludir mulheres apaixonadas com um relacionamento que não existe?

Mulheres apaixonadas são mais burras, mais sensiveis e mais fáceis de enganar. Ou melhor, elas se enganam, acreditam no que querem acreditar. A amiga1 queria acreditar no namorado que tinha, no amor que queria que existisse. A amiga2 queria acreditar que o que aconteceu com a amiga1 não ia acontecer com ela, que ela ia ter uma relação saúdavel, linda e perfeita, até o príncipe sumir.

Quem quer acreditar no sapo que vira principe, e sai beijando sapos por ai, deveria cogitar a hipotese de acabar virando uma rã em um desses beijos. Nada, principalmente relacionamentos, é perfeito. E quanto mais você quiser acreditar nisso, mais vai se enganar.

Eu continuo perdida quando se trata da vida de solteira das minhas amigas, mas não ligo, é divertido analizar (ou pelo menos tentar). Mesmo não querendo, fico decepcionada junto com elas ainda mais quando gosto do príncipe da vez, mas fazer o que, tem coisas que nunca mudam. Mulheres, homens e sua dificuldade de facilitar as coisas.

* Nomes fictícios para (tentar) preservar certas identidades!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Individualmente


Todo mundo prefere acreditar que não, que nunca ficaremos sozinhos. Dizem que amigos são a família que pudemos escolher, concordo, mas não vivo por essa tese. Outros dizem que quando precisarmos de verdade, não são amigos, mas sim a família que vai estar lá por nós.

Confesso desprezar com a maioria das minhas forças a tese da família. Todo mundo tem um tio chato, que te enche desde quando sua bunda e peito começaram a crescer, ou bem antes do primeiro fio de barba. E na maioria das horas que você precisar, quem você menos vai querer do seu lado, será provavelmente esse tio chato.

Sinto acabar com muitas ilusões, mas não por falta de vontade, mas muitas vezes seus amigos não vão poder estar do seu lado. Isso não significa que não estejam pensando, orando, pra você. Porém isso não vai descaracterizar sua solidão momentânea.

É difícil aceitar que como minha mãe diz, que nós chegamos sozinhos nesse mundo e vamos embora sozinhos. Tá, não to falando de religião, de reencarnação nem nada do tipo, em toda religião morte é morte, e ponto final. Você não vai se salvar de um tiro no coração por causa da sua religião.

Tem gente que não sabe lidar com a solidão, se desespera ao deparar-se sozinho no meio da multidão. Sei lá, quando fico sozinha pelo atraso de alguém que marcou comigo, não apenas me desespero, mas quero matar qualquer um daqueles olhares dignos de pena que nos lançam. Vendo de outro ângulo, não tem nada que eu ame mais que fazer compra sozinha, é algo que você não é influenciada, ou deixada em duvida, é você por você. Claro, que sem me gabar, o bom gosto ajuda.

Quantas pessoas até tremem de pensar em alguém sozinho no cinema, são essas mesmas pessoas que olham pra quem está usufruindo da sua autonomia, com pena. Essas pessoas sim, que são dignas de dó. Quem nunca experimentou a solidão sendo feliz deveria repensar, muitas vezes essas pessoas não conhecem seu eu.

Não sou psicóloga, e por sinal ta ai um curso que não tenho a mínima vontade de fazer, mas quem nunca percebeu alguém sem personalidade que atire a primeira pedra (de preferência valiosa). As pessoas não aceitam ser sozinhas por medo ou temor. Felizmente há muitas que aprendem a usufruir desse bem, podendo sorrir pro olhar de pena de algum infeliz no meio da multidão.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Compras


Mesmo sabendo que não era uma boa idéia, há alguns dias resolvi ceder as vontades da minha mãe. E acompanhá-la as compras. Como era no dia em que minha mesada chegava eu tinha noção do perigo que corria.

Há menos de um mes meu pai já havia me tirado o cartão de crédito, e meu celular virou de cartão. Continuo estranhando essa sensação. Portanto, um passeio no shopping, sem cartão poderia significar o final completo e rápido da minha mesada.

Não demorou até chegar a hora da tortura. Não sei se é um problema, mas quando começei a tremer diante da nova coleção da minha loja favorita, percebi que algo não estava normal. Quando a minha mesada, bom ela está comprometida nos próximos 5 meses.

Você agora deve estar se perguntando como eu fiz isso sem cartão de crédito. Simples, eu tenho o cartão da loja. E atualmente ele representa o consumo de metade da minha mesada, aliás, vai continuar representando por um bom tempo.

Eu ainda não sei como consigo fazer esse tipo de coisa. Acredito que tenha um potencial genético e quem sabe comportamental, devido à grande semelhança com minha mãe. Tal semelhança é a principal causadora das dores de cabeça do meu pai. É como um movimento involuntário.

Não sei bem o por que desse texto, primeiramente deve ser um desabafo. Ou então um modo de tentar enteder o por que de nós mulheres sermos assim. Bom, não há explicação. Você não vai conhecer uma mulher que ache feio roupinhas de neném, ou mulheres que não considerem alguma coisa que outra mulher esteja usando feia.

Quer ver uma mulher feliz? Compras. Quer ver uma mulher esquecer da briga com o namorado? Compras. Quer ver uma mulher se sentir bonita? Compras.

Segundo minha mãe, vou precisar esvaziar um pouco meu guarda roupas. O que me dá um pouco de raiva, mas fazer o que, é justo. Quanto as minhas compras, elas estão me fazendo feliz. A tremedeira passou, deixei de almoçar, e agora tenho uma jaqueta militar Balmain ispired.

Se você não entendeu, ou não faz idéia do que seria Balmain vai ficar aí me achando uma patricinha, consumista. Mas se você sabe do que eu estou falando, provavelmente vai me perguntar em qual loja eu fui.

Há pessoas que ficam felizes ao comprar um carro novo, um trator novo. Outras ficam felizes com um boneco de coleção, com um pedaço de pano. Ou com determinada comida. Assim como o gosto, como a idéia do que está ou não na moda, as compras são assim, relativas.