Outro dia me deixei um bilhete. Peguei o rosa mais choque dos post its que achei, escrevi de caneta preta grossa, com a letra mais bonita que consegui depois das 30 tentivas. Está lá, me olha todos os dias pela manhã quando saio.
Neste dia o porteiro meu deu o bom dia de sempre, com a cara de sempre. Vi a mesma moça que sempre está naquela esquina esperando alguém. O padeiro ali, entregando o saco de 3 pães pra senhora simpática. A caixa lixando a unha até a senhora chegar, a mesma caixa de todo dia. O mesmo ônibus, no mesmo horário. As mesmas pessoas, as mesmas árvores, folhas e calçadas quebradas. Um dia comum, como qualquer outro. Carros andando, folhas caindo, chuva caindo. E a chuva tem sido a única diferença entre hoje e ontem.
Continuei cansada das mesmas pessoas, mesmas comidas, mesmos programas. É tudo tão igual, tão semelhante que chega parecer tudo a mesma coisa. Essa situação está tão implícita em mim, que começo a me achar igual demais. Estou mais cansada de mim, do que da vizinha chata, que pra mudar meu dia, resolveu me contar sobre a artrite. Está faltando algo, dias de verão que andam cinzas. Que são mais frios que dias de inverno.
A velha máxima do ter tudo, e não ter nada. O velho caso de estar no meio da multidão e estar sozinho. Não vou culpar o mundo capitalista, ou o pensamento pós moderno por isso. Vai ver, é culpa minha mesmo, de me habituar, de me cansar, de me acomodar.
E mesmo com toda a vontade de correr, de fugir, de gritar, continuo seguindo a mesma rotina, os mesmos hábitos, vendo as mesmas pessoas. Mesmo sabendo que no espelho do meu quarto está o meu bilhete rosa choque, pra me lembrar do que eu realmente quero pra mim.
Rrsrrs...
ResponderExcluirPode acreditar que eu tbm estou igual vc...
Querendo coisas novas...
Mas parece que de novo msm...só o amanha rs!
Adoro seus Posts!
Bju Bju