domingo, 20 de março de 2011

Me olha


Seu olhar não diz, seu olhar não me têm, não me sente. Seu olhar me esquece entre as paredes de tinta descascada. Seu olhar me amedronta e me instiga. Seu olhar me quer, me procura, me perde enquanto eu tento encontrar.

Busco sentido no meio de um furacão de sensações, me perco como uma criança em uma loja de brinquedos. Me perco e não me acho, são muitos olhares, muitos sentidos. Por que você não deixa seu olhar dizer, chegar perto e mostrar o que quer?

Eu vou ouvir, eu vou querer, e vou poder ter. E vou poder me jogar do alto do meu penhasco de incertezas, e cair como se o vento no meu rosto fosse uma resposta. Nós estamos em um jogo, de poucas respostas e muitas perguntas, onde toda nossa conversa perde sentido quando acaba, mesmo sem ter chegado ao fim.

Tem algo que queria te dizer, mas me calei quando deveria ter dito. Vi você me olhar, e me perdi entre meus medos de assumir o que havia escondido de mim. Eu só quis seguir em frente, e deixar tudo pra trás.

Quando eu te disse que não era nada, você não deveria ter acreditado. Você já conhece meu medo de decisões. Então me olha, me sente, e me faça falar, como você sempre fez. Nada mudou, além do que não pode ser visto. O que havia antes continua lá, e continua simples como sempre foi. Tão simples, que me perco pensando onde pode chegar.

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