segunda-feira, 28 de março de 2011

Ela


Ela era o que todas queriam ter sido, o que todas viram um dia, e julgaram. Ela era o que poucos puderam entender. Poucos tiveram a coragem de se aproximar, e menos ainda de conhecê-la.

Se considerava pouco, perto do que queria, e muito, diante do que não a interessava. Ela podia passar como uma leve sensação de poder, mas podia te deixar perdido entre seus medos de se aproximar.

Ela chorava por amor, com seu rosto lindo, cheio de certeza que, por mais que doesse, ela ainda sabia o que queria. E seguia assim, por que sabia que uma hora, iria chorar de felicidade. E talvez, a causa fosse o fim do amor, que a assombrou por tempos. Ela não sabia como, só sabia que era assim.

E em cada olhar distante, ela encontra a vontade de deixar pra trás as coisas banais, por que acaba tudo ficando pequeno. E existem coisas que justificam escolhas, assim como existem fatos que justificam prioridades, mas ela sempre escolheu sem se justificar.

Mesmo com todas as certezas, ela sabia que seguiria fugindo. Porque o medo que sentiam dela era reflexo do medo, que ela sentia a cada olhar. A cada choro esquecido, a cada coração partido, que ela deixava para trás. Porque ela escolhia o próprio coração, sabendo que o amor ali, só iria saciar sua própria sede.

Ela era tudo o que desconhecia, tudo o que temia, tudo o que julgava. Ela era tudo o que escondia, era os vícios que descobriu, era a saudade que deixou. Ela sempre foi o ódio que surgiu, os amores que criou e as paixões que esqueceu.

Por que ela, ela é apenas uma mulher. Uma sombra de um corpo livre, que não se contenta em achar que apenas a felicidade é suficiente. Livre demais para você acreditar, que ela ainda estaria aqui quando acordasse.

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