quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Felicidade egoísta


Eu sou dona de mim mesma, muito mais dona do que achei que seria. Sou tão dona de mim que chego a me perguntar se isto é certo, se eu não deveria fazer algo semelhante à uma reforma agrária interna, dividir em pequenos pedaços minhas felicidades, para que outros pudessem aproveitar também. Por que afinal, eu resolvi viver para isso.

Talvez algumas pessoas tenham direito a me ter. Por que não? Quando foi que me tornei tão egoísta a ponto de não me dividir, de colocar minhas questões, minhas prioridades na frente de qualquer coisa?

Cheguei a um ponto de acreditar que não amaria mais, que o amor me fez sofrer tanto que ele acabaria por ali, e eu não deixaria mais ele aparecer sem avisar. Resolvi que minha felicidade não seria atrapalhada por nada, e eu me senti vazia. Como se não amar, me tornasse tão detestável a ponto de eu mesma não me suportar.

Quando fiz isso descobri que minha felicidade é a coisa mais importante que existe, sim. E eu decidi que meu amor seria tão detestável quanto eu, seria seletivo, e chato. Por que é a minha felicidade não é egoísta. Minha felicidade está na felicidade de quem amo, e é isso que não me faz ser insuportável, muito menos egoísta.

Sou feliz de ver amigos realizados, sou feliz de acertar o presente para minha mãe, sou feliz de enfrentar horas na fila apenas para minha sobrinha ter a foto com Papai Noel. Na hora que minha felicidade está fora de mim, eu me sinto completa. Me sinto perfeitamente justa diante do meu ‘egoísmo’. Por que no fundo todos nós somos assim. É claro que uma hora você tem que pensar em você, no que você quer fazer, e não no que os outros querem que você faça, mas isso não te faz uma pessoa pior.

E em certo momento você vê que no fundo os clichês sobre amor e felicidade têm quase sempre razão. O amor alimenta a alma, o coração. É sempre o amor mesmo que bobo, mesmo que esquecido, mesmo que sem razão.

Por que amor não é só paixão, amor não é só sofrimento, amor não é só saudade. Amor é tudo em uma coisa só, mas dividido em milhões de partes. Por que amor é tão simples que se torna complexo. Amor é tão detestável que se torna atraente. Mais ainda, ele se torna essencial para que se seja digno da chamada felicidade.

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