quinta-feira, 30 de junho de 2011

Constelação imaginária

Daqui uns dias eu vou acordar depois de mais um dos sonhos que você aparece. Já deixaram de ser sonhos há muito tempo, viraram pesadelos, e por isso me acordam. Quando eu acordar, vou fazer como sempre faço, vou levantar e pegar um copo de água bem gelada, tão gelada que vão me doer os dentes. 

Enquanto esqueço da dor, vou me sentar na varanda como sempre faço, vou ficar tanto tempo que a água vai aquecer. Enquanto ela aquece, de novo, fracassadamente, vou tentar achar aquela constelação de nome estranho que você me mostrou um dia. Ela nunca vai estar lá, na verdade acho que você inventou pra me fazer rir, e parecer um pouco mais intelectual. Acho que é por isso que eu queria tanto achá-la.

Vou tentar me convencer a parar de procurar. Mas não vou parar, você conhece minha teimosia. Uma hora, como sempre, vou me contentar com o Cruzeiro do Sul. 

Com todas as minhas forças, vou ignorar a vontade desesperada de te ligar, de mandar mensagem ou pegar o carro e parar na sua porta. A vontade não vai passar. E eu não vou ter desistido de achar aquela constelação. Pelo simples fato de você ter me prometido que, quando eu olhasse para ela, mesmo que você não estivesse olhando, estaria pensando em mim. 

Vou terminar de beber minha água, agora quente, vou trancar a porta e voltar a dormir. E você nunca vai saber da existência dessa noite. Assim como não soube de nenhuma das outras.

10/12/2009

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