quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Sobre finais, começos e malas
sábado, 18 de dezembro de 2010
Reticências

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Relativizando
sábado, 4 de dezembro de 2010
Querida Paixão,
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Atrás do portão amarelo
domingo, 28 de novembro de 2010
Ponto final
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Padrão
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Post It

quarta-feira, 27 de outubro de 2010
A gente
Outro dia ouvi nossa música. Fechei o olho e senti sua respiração, senti seu cheiro. Senti seu olhar, me olhando dormindo. Senti falta.
Esqueci que o tempo passou, que a música agora é velha, brega, e toca em programas de no fundo do baú. Mas naquela hora não importava. Era você e eu, ali, juntos.
Era aquele dia de sol, que a gente foi pro gramado ver o sol se por. Era o dia de chuva, que deitamos na rede pra ver a água cair do telhado. Era só a gente, do jeito que a gente queria.
É a nossa música, minha e sua, e ninguém tira. Você vai ouvir, um dia desses, quando ligar em alguma estação aleatória, em algum horário aleatório, em algum fundo do baú. E ela vai tocar, e você vai ignorar, vai mudar a rádio.
Mas aí você já vai ter lembrado da nossa rede, do nosso pôr do sol, da nossa noite de lua. E você vai lembrar daquele dia que eu sumi, que eu não quis mais, que eu virei a vilã da história.
E você vai me odiar. Vai querer me esquecer, vai ouvir sua playlist de músicas favoritas, vai sair, vai dormir. E vai me odiar mais, e mais. Vai querer matar o autor da música, o cantor, e o intérprete.
Tudo isso por causa de uma rede, de um pôr do sol, de um dia de chuva. Tudo isso por causa da gente.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Errada

Eu sou aquela que vai abrir o forno, erra a mira e queimar a mão. Aquela desastrada que não consegue encher uma garrafa com um funil, e acaba se molhando inteira. Dessas que erra o passo e tropeça, na frente de metade da escola, no primeiro dia de aula.
sábado, 23 de outubro de 2010
Comigo

Vem, me dá a mão.
Vem, aperta forte e diz que nada vai acontecer, nada vai mudar. Diz que o tempo não vai mais passar, que a gente vai ficar aqui. Parados, congelados no tempo, como deveria ter sido. Me pede pra acreditar com toda a força, que eu nem sei que existe.
Esquece o que eu disse e te magoou. Me lembra do que eu não esqueci. Me segura no seu colo, diz que ainda sou sua. Me diz que o que me dá medo, não existe. Vem, me diz que sentiu falta.
Pede pra eu dizer o que não consigo. Me cobre com o casaco, do vento que já não sinto. Vem, me mostra o que eu perdi quando estava fora.
Diz que agora o tempo é nosso amigo, diz que o sol não vai nascer. Me conta aquele caso, daquele amigo que não lembro mais o nome. Vem, esquece o celular desligado.
Me deixa te contar da conta que não paguei. Finge que entendeu minha piada, e ri como se tivesse tido graça. Ria, eu sinto falta disso. Vem, e me faz sorrir, de novo.
Me deixa fingir que não lembro seu número. Me deixa sem graça, mas só um pouco. Fica do meu lado. Vem, e deixa o silêncio tomar conta de nós dois.
Vem, e só me dá a mão.
domingo, 17 de outubro de 2010
Mais ou menos

quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Noite quente
domingo, 3 de outubro de 2010
Por querer
Três horas tentando não pensar em nada, no que fazer, nas mil coisas pra resolver. Tentando ignorar qualquer evidência da realidade que quero escapar. Tento fingir que não vejo você contando suas piadas, e provavelmente você acredita no meu teatro. Vou indo, fingindo nem estar ali. Desvio o olhar, mesmo sabendo que ninguém vai perceber.
Esqueço da minha presença, sem esquecer da sua. Sem nem lembrar o quanto isso me incomoda. Não ter. Estou longe do real, longe de tudo. Porque quero, porque ando querendo não me controlar. Ando deixando coisas para trás, meio sem lembrar. Indo sem saber pra onde, não sei se vou mesmo chegar.
Deixo de lado eu mesma. Quero esquecer manias, raivas e saudades. Quero esquecer o que eu deveria ter dito e não disse. Quero esquecer o eu que disse. Ando querendo me esquecer. Querendo te esquecer, sei lá.
Você não sabe disso, nem imagina, e provavelmente nem vai querer saber. Já nem sei se quero que você saiba. Não sei o que querer, ou o que imaginar.Talvez o problema seja esse, imaginar demais. Tudo irreal demais.
Sei que te quero, e sei que isso não é tudo. É pouco, pouco demais. E eu continuo me ignorando, tentando te ignorar e te olhando de longe. Vou esquecendo presenças e atuando do seu lado. Talvez no fim das contas, seja o certo a se fazer. Não fazer.
sábado, 2 de outubro de 2010
Ele

Está lá pra você sempre que você precisar. Te esquenta no frio, te dá um banho no calor. Não esquece nenhuma data sequer. Aniversário, trabalho, festas, compromissos. Tudo impecável.
Abre a porta do carro e arreda a cadeira pra você sentar. Ama a sua mãe, e sempre leva flores ou chocolate quando ela não está feliz. Adora seus primos, avó, tios e quem mais vier no seu pacote completo.
Sabe seu restaurante favorito, sua sobremesa predileta, e sua alergia a camarão. Nunca pede nozes, pois sabe que você odeia. Te liga quando você mais precisa e menos espera. E nunca te liga quando você não pode atender.
Sabe a hora de se impor, e a hora de deixar você se impor. Nunca grita, briga ou perde a paciência. Nunca te tira a paciência. É inteligente, todos juram que tem um futuro promissor.
Adora qualquer programa que você inventar, só pra poder estar do seu lado. E se o programa for uma pizza na sexta à noite, adora mais ainda. Te leva pra tomar café de tarde, ou pra passear pela manhã.
Ele é fiel. Ama suas amigas, e elas o amam também. Diz que você é a mulher da vida dele, que nunca imaginou alguém assim. Dorme de conchinha e nunca reclama. Adora seu cheiro, e usa o seu perfume preferido.
Ele é perfeito, e por isso ele não existe.
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Desmentindo
Cada um mente como pode, como quer. Mente sem saber por que, mente sabendo o por quê. Mente por que quer bem, mente porque quer mal. Mente.
Desmentir é a pior parte quando se acredita na mentira inventada, quando passa a querer que ela seja verdade. Desmentir pra que, se a mentira se tornou verdade absoluta?
Porque desmentir uma felicidade pública, se a infelicidade particular é a que predomina. A mentira pública é a que se tornou a única felicidade, mesmo que falsa.
Algumas pessoas mentem sem saber as conseqüências, e são essas próprias que acabam afundadas na verdade em que acreditam. Quem escuta uma mentira, pode até acreditar inicialmente, mas quem acredita no final é quem a pronunciou.
Conseqüências são conseqüências, Newton um dia concluiu que toda ação tem uma reação. Provavelmente como eu, você decorou isso para a prova do ensino médio. Mas nunca aprendeu que isso vale, e vale pra sempre.
Vale pra quando você mentir, vale para quando você acreditar no que disse. E vale mais ainda pra quando a realidade bater à sua porta. Por que aí a única coisa que você terá ao seu alcance é a realidade falsa que um dia você criou, que jurou ser verdade, desmoronando bem ali na sua frente.
E fim.
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Tédio sem fio

Quando ouvi que entre um interlocutor e um receptor há uma perda de mensagem, entendi bem grande parte do que já passei. Se você não entendeu nada, eu vou tentar explicar. Quem nunca brincou de telefone sem fio? E que atire a primeira pedra alguém que viu a mensagem chegar sem modificações no final.
Só cansei de ser desentendida, esquecida e de falarem que me expresso mal. Às vezes, todo mundo é que me entende errado.
Ou quem sabe eu entendo o mundo errado. Errado demais pra mim, tão errado que me dá preguiça de mudar e de entender. Tão errado que desisti. Deixo as coisas indo e as frases mudando no boca a boca.
Porque se olhares podem não ser entendidos, as palavras então devem se desesperar na esperança de saírem certas. Chegar certo é mais difícil ainda.
Sei lá, acho que vivo em um telefone sem fio constante, ou pelo menos o mundo parece ser uma grande brincadeira, que de vez em quando não quero participar.
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Preto e acinzentado
Juro ser você, juro que vai parar, abrir o vidro e me perguntar o que estou fazendo ali. E o tal carro passa.
Fico depois procurando outro carro parecido, outro modelo semelhante, outra cor acinzentada, que eu possa jurar ser igual a sua. Não é fácil, ou às vezes é fácil demais. Passam carros demais, iguais demais para eu me concentrar em uma cor só, em um modelo só.
Eu sei que me iludo, sei e sou plenamente consciente disso, mas é involuntário. Como o movimento involuntário acelerado do coração, quando acabo chegando perto demais. Tão perto que sei que é certo demais, ou errado demais.
Não controlo a ilusão involuntária da proximidade. É impossível controlar a vontade de entrar no seu carro preto acinzentado, sentar do seu lado e te chamar de meu. Impossível.
Sigo me descontrolando, vendo carros cinza em estacionamentos. Procurando passar pelo mesmo caminho, no mesmo horário só pra ver se uma hora a gente se tromba. Em qualquer rua que seja, mesmo que seja pra te ver de vidro fechado, com o som alto esquecendo do trânsito.
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Relevando

Tem dias que eu fico me perguntando, como a vida pode ser tão preenchida de coisas relevantes?
Sabe, eu nunca quis saber a história do fulano que se intitula menor da favela. Na verdade nem sabia que ele existe, mas pelo barulho, por que convenhamos aquilo não é música, eu já sei de quase toda a história dele. E ainda pude calcular que pelo jeito menor ele não é a muitos anos, quanto mais da favela, por que sempre tem um filinho de papai feito meu irmão pra bancar um tipinho desses.
Como se não bastasse, enquanto penso em algo tão relevante como o que acabei de escrever, nesse meio tempo devo ter twittado umas 4 vezes ou mais, sobre coisas como o calor, o tempo seco, a raiva da amiga, e as complicações do ínicio de semestre na faculdade.
Entre duas twittadas, o celular, a revista, o roller coaster. É tanta relevância que acabo me relevando.
Nesse ritmo esqueço acentos, palavras, nomes, fisionomias, e sentimentos, me perco. Perco sentidos.
Na facilidade de comprar a comida pronta, morro de saudade do arroz com feijão da minha mãe, aquele mesmo que eu repetia “de novo isso?” todas as vezes que chegava faminta da escola e sentia aquele cheiro. O tão relevante cheiro, que hoje virou saudade.
As vezes relevamos tanto, que acabamos esquecendo, e de tão relevantes as coisas somem, e aí vem a saudade. Por enquanto só queria relevar a saudade do cheiro do almoço da minha mãe, a raiva do rap do menor da favela, e o nariz ressecado pelo tempo seco.
E quem sabe depois de isso tudo, lembro de não me relevar.
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Os 4 lados da questão
É a mesma coisa quando a gente fica dividida, pensa em três coisas ao mesmo tempo, não pensa em nada. Quer bolo de chocolate, torta de maçã e um café, sendo que isso tudo não combina. E você acaba não comendo nada.
A gente ama pessoas diferentes, tão diferentes que confunde. Uma não se decide, a outra não quer decidir, e a terceira já decidiu a muito tempo, do que adianta? Se você pede um conselho, continua na mesma.
“Faça o que você acha melhor pra você”
E a decisão fica na mesa, junto com o farelo do pão de batata, e dos respingos de coca zero e cappucino.
São quatro cabeças pensando por uma, e esquecendo no que tem que pensar. É coisa demais, gente demais, tempo de menos.
As vezes a gente cansa, dá vontade de jogar tudo pro alto, ir viajar, e pensar melhor. E querer seguir todos os conselhos que ouviu pela manhã.
Mas a discussão sempre termina no caminho da escada, por que a única coisa que conseguem decidir sempre é não ir pra aula.
terça-feira, 14 de setembro de 2010
Rodando

“Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu,
A gente estancou de repente ou foi o mundo então que cresceu?”
Acho que sempre tem um dia assim, que você esquece do começo, não sabe se está no meio, ou se já chegou ao final. Dá pra entender?
Pequenos tristezas viram grandes, e as que eram grandes diminuem, e você perde o parâmetro de pequeno e grande. Perde o rumo e a sensação. Será mesmo que é tristeza?
Não sabe de onde veio, muito menos para onde vai, Bali? Hong Kong? Londres? Paris? Casa da mãe?
É tudo tão perdido dentro da gente, que lá fora fica mais perdido ainda. Quer cama, filme, pipoca e coberta. Não tem tempo para deitar, não está afim de ver filme, e ainda por cima está morrendo de calor.
O resultado, nunca sabemos. Alguns dizem que crises te levam ao crescimento, outros simplesmente nunca saíram dela. Diminuir, decrescer, talvez seja impossível, mas lá dentro é tudo tão pequeno, e insignificante.
Pra que crescer se já é tudo tão grande lá fora. Pra que andar, se a vontade é de ficar parado?
Não adianta filosofar muito, a mais perdida aqui sou eu, e não tente entender.
Para ouvir: Chico Buarque - Roda Viva
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Crescendo

terça-feira, 10 de agosto de 2010
Enjôo

segunda-feira, 26 de julho de 2010
Longe?

segunda-feira, 19 de julho de 2010
Dúvidas freqüentes
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Individualmente

quinta-feira, 1 de julho de 2010
Compras

segunda-feira, 28 de junho de 2010
Vitória

sábado, 26 de junho de 2010
Sobre sushis e estágios

sexta-feira, 25 de junho de 2010
Conselho pra que?
