domingo, 10 de maio de 2015

Quando amor também cura



E um belo dia ela parou de escrever. As palavras já não se encaixavam, já não faziam sentido. Pra que sentido se tudo o que ela queria estava ali? O dia era realmente belo, era lindo, assim como os dias anteriores, e os que ainda estavam por vir. É que o amor não inspira, o amor te completa e as vezes te faz achar que nada mais é necessário. A verdade é que ela ficou boba, ela acreditou que era tudo.

Mas como dizem por aí, quanto maior o salto, maior o tombo. E mesmo o maior amor pode acabar. E os dias que eram tão lindos vão ficando feios, os sorrisos já não eram tão presentes, e o amor que estava ali vai morrendo. Como aquela flor linda, que ficava em cima da mesa, e agora já são apenas folhas secas.

É que o amor precisa ser cuidado, ser bem tratado, ser cultivado e reconquistado a cada dia. Quando já não há sentido ele se perde. Ele vai sumindo na rotina, nos dias. Ele some, e nem aquele frio na barriga da saudade existe mais. E aceitar que acabou é triste. Todo fim é triste.

Mas é da tristeza dela que vem a beleza, pois quando passa o sorriso é sempre mais bonito, mais sincero. Acontece que a realidade é simples, o amor, assim como a flor também morre, ambos podem se afogar. É que as vezes a gente peca no excesso. E amor demais não inspira, ele sufoca. E as vezes sufoca quem sente e quem é amado. Muito amor, muita saudade, muita necessidade, muita água. 

Tem gente que diz que só o tempo cura, outros fazem simpatia, viajam, saem para dançar. Mas talvez ela ainda deva ouvir os mais velhos, como disse sua avó; “amor com amor se cura”. Talvez a flor em cima da mesa precise ser trocada, talvez não. O desabrochar ainda depende de muitos fatores. Mas ela, ela voltou a escrever, porque sempre há amor, ele também cura.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Sobre deixar pra depois


Eu já vi o tempo passar demais, já te vi deixar tudo passar. Eu não fui acostumada com essa história de 'deixar para depois'. Sim, também acabo sempre deixando uma ou outra coisa pra mais tarde, mas sabe meu amor, eu também tenho prioridades. E eu nunca estive à frente da sua lista de coisas para fazer. O que me intriga e me faz te questionar é essa sua necessidade de aparecer. Aparecer quando te esqueço, quando já passou, quando surge outro pra me fazer sorrir. Ah, meu bem, nessa sua história de deixar o tempo passar, ele passou.

Eu não estou na sua vida. E eu segui, minha vida seguiu, e eu sei que você sabe e ainda acompanha de longe. Sei que tem notícias minhas pelos nossos amigos, sei que sente minha falta. Estranho né? Sei mais disso hoje do que antes quando te tinha comigo. Deve ser incômodo estar desse lado da moeda que você desconhecia, deve ser estranho me ver bem agora, mesmo sem estarmos lado a lado. Se é que um dia você esteve neste lugar.

Assim como antes, eu as vezes fico sabendo da sua vida também. E para quem deixa tudo para depois, muito me estranha que esse seu amigo ainda não tenha chegado na sua vida. O mesmo, é sempre isso que escuto. Deve ser um pouco entediante deixar as mudanças pra mais tarde, e tudo deve parecer sempre o mesmo. Os mesmos lugares, as mesmas novidades, as mesmas amizades. Mas as vezes até elas passam.

Desculpe escrever só agora pra te contar, acontece que eu passei. A vida passa, não era isso que você me dizia? Às vezes sinto falta, e lembro de você, sim. Passado deixa memória, e é ele que faz da gente o que a gente é. O que você não pensou é que talvez um dia você seria apenas isso, passado. É lá que você está, não se preocupe.

Poderia ter sido tudo diferente. Você devia ter tentando. Acontece que eu não vim com manual, e não vim com o bônus de mudanças. Nunca quis nem tentaria te mudar. Hoje tenho plena consciência que foi por isso que não deu certo, você não queria se encaixar. Ou talvez você quisesse tanto que a coisa não foi pra frente.

Meu amigo, posso te chamar assim? Só queria te contar uma coisa; não são nas suas noitadas que você vai achar uma mulher legal. Talvez até ache, mas a chance é mínima. Te ver com uma qualquer, que você acha depois do primeiro combo de bebida não me afeta.

O que vai doer vai ser quando você achar alguém que consiga o que eu não consegui. Te ter do meu lado, por completo, sem esse tanto de problemas que a gente criou no meio do caminho. Mas é que todo trajeto tem um destino, o que você não percebeu é que o nosso já chegou ao fim há muito tempo. 

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Mais nada


Você acha bonito cair do céu assim? Você deve ter se machucado, meu anjo. Surgindo assim no meio da noite, como um super herói pra me resgatar no meio de tudo. Meu super herói. Que de repente entrou na minha vida, fazendo parte dos meus planos. Pois te digo que não acho certo, não mesmo. 

Deveria vir com um aviso. Uma bula avisando que superdosagem vicia. Você já sabe, foi avisado, e nesse meio tempo me conhece bem. Está entrando em território inimigo. Aqui o campo é minado, meu amigo. Depois de tantas bombas explodidas, as crateras também viraram armadilhas. 

Mas vem te dou a mão. Abro caminho e te ensino por onde é melhor chegar. Eu tenho medo, sempre tive. Fico com esse pé atrás, como se precisasse sempre me prevenir. Sei que por aí as coisas estão estranhas, já vi o arame farpado por trás desse sorriso malandro, que você abre pra me conquistar. 

Talvez eu te conheça bem mesmo, ou esteja indo no caminho certo. Mas me parece que você caiu do céu na hora certa. Como se as coisas tivessem o tempo certo pra acontecer. Eu tenho sido sua, e vou continuar sendo enquanto nossos países forem aliados. Enquanto você estiver do meu lado está tudo bem. 

Te deixo cuidar de mim, te deixo me ensinar a ser melhor. Te quero do meu lado, mesmo na sexta a noite com delivery de sanduíche e filme nacional na televisão. Te quero antes, durante e depois. Te quero agora, aqui. Te quero me chamando de chata e fresca. Te quero me contando sobre tudo. Te quero assim, apenas, mais nada.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Melhora marcada


E você chegou com esse jeito bobo, de rir de tudo o que eu faço. De rir do que me esqueci de fazer, e do que deixei pelo caminho. Com esse jeito de me fazer rir, e de fazer todo mundo rir de tudo. 

Chegou sendo o genro que minha mãe pediu a Deus. Chegou com esse seu jeito de conquistar a sogra antes, e a família inteira se estiver no pacote. 

Com esse jeito leve, de me levar aos poucos, de me conquistar tranquilo. Leve, como sua camiseta branca preferida, que é fresca mesmo nesse calor tropical. Esse jeito leve, de início de verão, em meio a uma ou outra cerveja gelada num domingo a tarde. 

Veio com o que eu não gosto, mas posso aceitar. Me provando que toda ferida cicatriza, e se não há remédio, tem dedicação e cura na dispensa. Trouxe na mala o desconhecido que eu esperava. Aos poucos me mostrando, que o melhor do encontro, é a procura. 

Chegou como quem não quer nada, como quem já tinha certeza de tudo. Me levando na brincadeira, e eu resolvi brincar. Chegou deixando saudade, e me deixou pedindo ao tempo, pra passar logo, e você voltar. 

Entre e seja bem vindo. A casa é sua, afinal. Entra e deixa a porta meio aberta, que é para o vento entrar. Deixa o ar correr, o tempo passar. Esquece o sofá, que nosso travesseiro te espera, junto com todas as promessas que vem por aí. Entra, meu anjo, que eu estava te esperando.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Seu tipinho


Já sai na ponta do pé, e não quis que me ligassem nunca mais. Já não quis que fossem embora, e senti saudade no dia seguinte. Eu já fui cheia de noites vazias, descompromissadas, que me renderam muitas histórias. Eu sou assim quando quero, não sabia? 

Já sair pra me divertir com minhas amigas, sem precisar ‘caçar’. Mas eu já cacei, é claro. Já cacei e já fui caçada, já fui presa e caçador. E assim como você, já fui vazia. Vazia várias vezes. Nas várias ressacas que eu tive, que nem a memória me sobrou. 

Eu posso ser várias em uma só. Posso muito bem ser aquele tipinho mulher que você sempre procura nas baladas, entre uma noite perdida ou outra. Eu posso ser o que eu quiser, pra quem eu quiser. Ou você acha que eu nunca fingi cair em conversa de tipinhos como você, que estão aos montes por aí?

Ah, meu bem. Se você soubesse quantos desamores eu já esqueci com álcool. E quantas vezes eu acabei me lembrando deles, junto com a dor de cabeça, no dia seguinte. Se você soubesse, quantos amores eu já tive da mesma maneira, e nem me lembrei deles quando acordei. 

Parece vazio, não é? Mas eu tenho bem mais pra contar, bem mais pra conhecer, e bem mais pra esquecer. Isso é só parte de mim, e é por isso que eu escolho. Por isso eu procuro, e eu me encontro. E posso me encontrar perdida por ai, ou em um lugar qualquer querendo apenas me distrair. Mas isso não é tudo.

Não sou do tipo que vai falar do relacionamento que já tive, ou do que quero ter. Do valor das mãos dadas, do cafuné durante a noite, de dormir de conchinha. Não vou falar do quanto é bom um chocolate quente pela manhã, ou da saudade de lavar uma pia de louça, quando só de ter alguém do meu lado pra secá-las, bastava.

Eu não vou comentar do meu último amor, nem do meu último namoro. Não vou te dizer há quanto tempo estou solteira, e contar os muitos casos vergonhosos que já tive nesse período. Não sou do tipo que sai por aí mostrando a balada da última semana, a próxima, e a do mês que vem que já comprei ingresso. Não vou te contar essas coisas, por mais que você possa passar horas falando sobre isso.

Tem horas que a gente vê que não dá certo, que não vale se adaptar que não vale procurar ou tentar esquecer. E tem hora que a gente vê que tem muito mais coisas novas por aí. Eu posso ser certa, mas também posso ser errada. Eu sou um pouco Tati Bernardi, sou dessas belas que de vez em quando insiste no burro, e acaba um pouco burra também. Mas sabe o que acontece? É que no fundo, eu não sou mesmo o seu tipinho.

domingo, 16 de setembro de 2012

Geração WhatsApp?



E aí, eu me pego um pouco cansada, sim, confesso. Cansada. Cansada de você, e de todo mundo que me cerca sem nem estar por perto. Cansada dessa coisa, que chamam de aproximação, mas que hoje eu só vejo como distanciamento.

To cansada de gente como você, que pela comodidade de ser próximo, esquece que o próximo é estar perto. Cansada de amigos, que como você, acham que saber a última vez que visualizei uma conversa, conta um pouco mais sobre meu dia.

É fácil, muito fácil deduzir que se a pessoa estava acordada de madrugada é que ela foi pra balada, se acabou, saiu com aquele amigo que ninguém gosta. E no fim foi tudo ótimo, afinal, ela foi dormir quase cinco da manhã, certo? Ninguém pensou que ela pode ter passado mal. Ter ficado estudando a noite inteira, ou até mesmo ter cuidado do amigo bêbado porque, afinal, a balada nem foi tão boa assim.

Sabe, a gente estava tão distante que eu cansei. Cansei de toda a sua disponibilidade, de toda a minha “proximidade”. Toda essa intimidade que você deduzia por um “Avaiable”, que aparecia a cada toque meu, nessa telinha maldita, que vive do meu lado.

Eu posso não estar bem, ou posso estar ótima. Posso estar cheia de novidades pra contar, mas sabe, eu tenho muitos contatos. Tantos, que de vez em quando eu posso ver sua mensagem e esquecer-me de responder. Desculpe, isso não te tornou menos importante pra mim. Chame de indiferença, como quiser, se for urgente, pode me ligar.

Engraçado né? Acho que agora eu não estou disponível, não estou conectada. Agora eu estou assim, distante de todos e mais perto de mim. De nada adianta amor inventando, amizade largada, saudade disfarçada. Não adianta mais me enganar com essa história, a gente se aproxima de quem quer, e também se distancia. Se você sentir minha falta, acostume-se, ou me ligue. Quem sabe a gente toma um café um dia desses?

quarta-feira, 30 de maio de 2012

O que você não soube





Eu vi que seu aniversário acabou de passar, e eu me lembrei de todos os planos e surpresas que eu tinha em mente há certo tempo atrás. E deixei passar enquanto meu subconsciente inventava todas as desculpas para esconder o dia em que eu estava. 

O destino fez sua parte e colocou todas as pessoas maravilhosas que tenho na vida perto de mim, e muitas delas eu conheci quando você se foi. Difícil dizer, mas tenho saudades. Eu tenho sim, e queria te escrever porque toda essa distância me incomoda.

Queria nossa amizade de volta, queria te contar coisas banais, sentir sua presença mesmo que só na preocupação distante. Queria você de volta, a gente como era antes como nunca deveria ter deixado de ser.

Me desculpe pelos meus erros que eu te disse que aconteceriam. Você sabe, eu sou assim, meio que completamente errada. Não acho que eu tenha te amado, nem que eu te ame, talvez isso tenha sido um problema pra você. Eu e toda essa minha descrença nas coisas.

Eu pensei em você antes, durante e depois. E não queria que você soubesse disso. Mas eu te amo, e sinto sua falta. Queria te ver feliz e estar por perto, porque você faz falta na minha felicidade.

Só queria estar ao seu lado de novo, tendo certeza que sua felicidade me faria feliz. Parabéns, te amo e te quero. Você faz falta na minha vida, e apesar de tudo, eu sinto sua falta nas coisas simples. Nos pequenos momentos em que você era o meu ‘Eu’ fora de mim. 

Feliz aniversário. No fundo eu te amo tanto que só quero que você esteja feliz, e que a minha falta não exista para estragar sua felicidade ontem, hoje e em todos os dias que estão por vir.